Os lindos aviões de cauda "Celeste Y Blanca" no Minas Gerais.
...um dos pontos mais excitantes da rotina de embarques do Primeiro Grupo de Aviação Embarcada, em seus últimos anos, foi a série de exercícios ARAEX, na Argentina, dos quais o 1º GpAvEmb participou em 1994 e 1995. Na verdade, em 1996, já não estivemos a bordo; naquele ano, no período destes embarques, entre NOV/DEZ, melancolicamente, restava-nos apenas um P-16 operacional, o 7037. De fato, a desativação oficial da frota estava agendada, já há alguns anos, para o dia 30DEZ, o dia em que entregamos o mesmo 7037, em voo, ao MUSAL.
Eu usei o termo "excitante" para descrever os embarques no Minas Gerais para as ARAEX, porque elas envolviam visitas a dois portos estrangeiros, Montevidéu no Uruguay, e Punta Alta, na Argentina, onde o velho "Mingão" ficava atracado na Base Naval de Puerto Belgrano. Portos estrangeiros são sempre atraentes, uma aventura, e trazem o benefício das diárias em Dólares, coisa sempre muito sedutora, e útil, se o sujeito não for do tipo esbanjador. Ademais, na ARAEX94, aconteceu de um dos pilotos argentinos deixar enganchar o seu jato durante exercícios de toque e arremetida. Ora, não estavam previstos pousos dos jatos, pois eles não teriam como decolar de novo. Ainda que a catapulta do Minas fosse compatível com aqueles aviões, havia alguns anos já, que a catapulta do Minas Gerais "deu pau", estava "embaixo", como dizem os marinheiros, quando alguma coisa está estragada, inoperante.
No ano seguinte, em 1995, este mesmo avião, e este mesmo piloto, foram perdidos num acidente aéreo. Eu lembro que recebemos um rádio a este respeito, a bordo do Mingão. |
Bem, o pouso inopinado do jato argentino conferiu um ar de "inusitado" para aqueles embarques, aumentando a expectativa nos escalados para a missão do ano seguinte, 1995, que, de fato, foi tocada pelos maus fados. Três dias depois de deixarmos o Rio de Janeiro, perdemos o Sargento Renato Souza Dutra, quando o 7030, num pouso defeituoso no Minas Gerais, caiu pela borda, e afundou na eternidade dos nossos lamentos de veteranos, levando aquele menino com ele. Mas, a despeito de tudo, havia as operações aéreas com os argentinos, e seus lindos aviões de cauda azul e branco.
Por sobre a asa DIR do S-2T pronto para tocar o convés do Minas, um outro vem girando a curva base. |
Todas estas fotos, exceto as do Super Étendard a bordo do Minas Gerais, que são do acervo pessoal do então Sargento Marcondes, estavam numa grande caixa de papelão, onde ficavam excedentes das revelações e ampliações feitas pelos fotógrafos do 1º GAE. Talvez fossem parar ali por serem julgadas menos atraentes para os fins de Relações Públicas, ou, algum outro aproveitamento. Eu não tenho como dizer de todas: esta é de 1994, ou, 1995. De qualquer forma, elas são documentos do que nós vimos, do que nós vivemos, e merecem ser compartilhadas. Com toda a certeza, exceto para as duas já referidas, o fotógrafo era o Sargento Carlos Alberto, que mais tarde galgou o oficialato, e tem, hoje, já, publicados dois livros de anedotas da sua vida na FAB, algumas da Embarcada, claro...
Muito bom!
ResponderExcluir...muito obrigado, Rudnei. Abraços!...
ExcluirEstive nesse embarque da ARAEX 1995 em que infelizmente perdemos nosso amigo Renato. Parabéns pelo post, amigo Thiesen.
ResponderExcluir...muito obrigado Wagner! Meu abraço fraterno, e cheio de saudades...
ExcluirQue beleza !
ResponderExcluirBela matéria Thiesen !
...uma alegria que tenhas gostado, Venzon! Muito obrigado!...
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