Um avião loco de bagual... cuiudo mesmo.

O 7033, o "Tlêis-Tlêis", como diziam certas brincadeiras na Embarcada, já desvirado, revelando a extensão da destruição do "nariz", e dando uma indicação da exposição dos pilotos. Imaginem que o avião pilonou de nariz!


..."loco"de alguma coisa, no palavreado do Rio Grande platino (a parte que ainda não foi amestrada pela televisão), indica uma situação, algo, ou alguém, que é a "fina flor" do seu negócio; "loco de ladino", é a pessoa extremamente esperta; loco de escorregadio, é o piso onde ninguém consegue parar em pé, etc, etc.. Por sua vez, "Bagual" é o cavalo, ou a pessoa, ou a coisa, que se assemelham a ele, não na forma, mas ao mais dos seus predicados, principalmente a resistência, a consistência (no sentido da confiabilidade), a rusticidade e força (falta de requintes de delicadeza). Neste sentido, é importante que o bicho  não seja castrado, sendo que aí, se poderia subentender, toda a vez que se refere a um "bagual", uma coisa "cuiúda", coisa de macho, aquele que mantém e honra os cul... quer dizer... bueno, todo mundo já entendeu, né? Pois assim eram os aviões do Primeiro Grupo de Aviação Embarcada. Locos no "bagualismo".


Em 04JUL88, foi assim que ficou a cabine dos pilotos do 7017. Por inacreditável que pareça (reparem no espaldar da cadeira do 2P, pendendo contra a antepara da cabine, à DIR da passagem para o corredor), o TCel Rômulo, comandante do Grupo e o Tenente Sade, continuam contando a história deste acidente, sem falar nos outros cinco tripulantes. Repare, que, entre onde deveria estar tanto o M1 (motor ESQ) como a cabine, está a ponta da empenagem horizontal ESQ, com o profundor (em branco) ainda preso a ele. esta foto pode ter sido feita pelo pessoal da Base Aérea de Salvador.

Tudo isto fica explicito nas fotos deste artigo; elas são, junto com as histórias que as acompanham, o testemunho da resistência, da força, segurança e confiabilidade dos nossos rijos e poderosos P-16. Em todos estes casos os pilotos e demais tripulantes sobreviveram. Na foto do 7017, acima, é bem verdade que o Tenente Sade saiu seriamente ferido, e demorou a se recuperar, mas pode fazê-lo. Os demais tripulantes, todos saíram andando dos escombros. Lembrando que o avião estava "full" de combustível; acidente na decolagem! Ainda soa inacreditável.

Nas demais três fotos P&B abaixo, de 1960, um avião da VS-31 (S2F-1/S-2A BuNo 136538) a bordo do USS Wasp CV-18, sofreu um acidente durante um pouso noturno (CCA). O piloto (1P), Tenente Carl D. "Pete" Peterson acabou perdendo a perna esquerda, e o copiloto (2P), Tenente Don Rodgers,  quebrou as duas pernas, mas eles também ainda estão por aí, contando as suas "fichas" sobre aquela noite memorável.

Como o BuNo 136538 terminou, logo após o resgate dos tripulantes.


Já dia claro, o 136538 sendo desvirado, acentuando a noção dos danos.





Nós tínhamos uma plataforma como esta que aparece em primeiro plano, adaptada para um uso qualquer. Só não consigo lembrar pra que...

No caso das fotos do 7033 (S-2E BuNo 152801), a que abre e a que fecha este artigo, ambas feitas por mim, em 19NOV91 (a do "close up"eu fiz no dia seguinte ao acidente), apenas o copiloto sofreu alguns ferimentos leves nas pernas. Os demais três tripulantes, o piloto e os dois mecânicos, saíram dali sem um arranhão. Grande avião este Tracker!... loco de bagual!

O 7033 foi perdido em Santa Cruz, em 18NOV91.

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