Deslocamentos


..."deslocamento" significava missões operacionais nas quais operaríamos sem embarcar no porta-aviões Minas Gerais. Para isso o Primeiro Grupo de Aviação Embarcada dependia da carona dos cargueiros da Força Aérea, e a aborrecida e dura faina de carregar e descarregar os aviões de transporte com todo o tipo de tralhas que permitem que uma unidade aérea de combate se desloque pelo território brasileiro, para cumprir suas eventuais missões.

O então comandante do 1º GpAvEmb, Ten. Cel. Saback, vestindo o uniforme azul (7º "Bravo") atende ao carregamento do Buffalo. O cavalheiro vestindo o macacão de voo verde (privilégio exclusivo do GAE, sempre próximo dos padrões da Marinha dos EEUU, que se valia da importação daquelas peças, confeccionadas em "NOMEX", efetivo contra as chamas, em caso de sinistros), e o distintivo boné vermelho dos "Cardeais", parece ser o Maj. Guido, futuro comandante do Grupo.
São visíveis os ressaltos e cavados que permitiam empilhar os invólucros das sonoboias, uns sobre os outros. Com as mãos sobre uma delas, está o Sargento De Carvalho, da Seção de Armamento, conforme assinalado pelo então Sargento Oliveira, no grupo do FB dos veteranos da unidade. 


Para o 1º GpAvEmb, principalmente para os Cabos e Soldados - o que não excluía os sargentos, em caso de necessidade - significava 'paletear' (aguentar a carga na paleta, nada a ver com 'pallets') uma quantidade sempre irritante de sono-boias, guardadas em seus invólucros cinzentos poligonais.

De boné branco, o médico do 1º GpAvEmb, "Doc" Mellman, parece ajudar no carregamento das sonoboias. Estes dispositivos eram lançados ao mar pelos nossos aviões, e permitiam que as tripulações mantivessem a escuta do ambiente marinho, detectando qualquer ruído que um submarino submerso produzisse, o que permitia que fosse detectado e identificado.


Os invólucros são aqueles objetos compridos que aparecem empilhados sobre as carretas -logo se vê porque não eram roliços!; eles possuíam ressaltos e encaixes que permitiam seu empilhamento e amarração com segurança, impedindo que se espalhassem no interior dos compartimentos de carga dos aviões, e dos paióis de munição a bordo do Minas Gerais. Num e noutro lugar, é imperioso que as cargas não se movam.





Nestas fotos aparece o carregamento de um C-115 para os fins do exercício UNITAS de 1977, quando o Grupo se deslocou para "Porto Alegre" (?!), conforme se lê no envelope que contém estes negativos. Em 1977, o Minas Gerais encontrava-se pelo meio do seu grande período de manutenção e modernização. Os aviões do 1º GpAvEmb só voltariam para bordo do Mingão, em MAR80.

Momento de descontração. Da ESQ para a DIR: Sargentos Paulo Roberto, Orlando, Tadeu, Hélio e Artur. O Sargento Arthur, um dos tripulantes do Grupo que acumulou o maior número de horas de voo nos P-16. Em alguns anos ele se tornaria professor da Escola de Comando e Estado Maior da Aeronáutica, e exatos 22 anos depois, ele seria meu professor durante o meu curso de graduação em História.

Carga e pessoal de manutenção e apoio seguiam nos cargueiros, enquanto os aviões destinados a participar das operações aéreas seguiam, normalmente, depois. Aqui as tripulações aparecem ainda em santa Cruz, prontos para iniciar o deslocamento.
Por serem de uma 'UNITAS' pode-se situar as fotos, no tempo, como sendo do mês de outubro. Numa das fotos aparece o 7018, um dos aviões menos fotografados da Embarcada. Fotógrafo não identificado. De minha parte, não tive o cuidado necessário para anotar o nome do amigo que, gentilmente, fez a correção das cores nas primeiras quatro imagens acima, dos escaneamentos que eu fiz; se ele tornar a me dar atenção, saberá do meu agradecimento e vontade de dar-lhe os créditos necessários...














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