Recordes; visíveis e invisíveis
...estas fotos foram feitas a partir dos conteúdos do grande álbum "Histórico Fotográfico do 1º GAE", um remanescente do âmbito da "Sala Histórica" que o Grupo mantinha nas suas instalações. Esta sala ficou sob a guarda da Base Aérea de Santa Cruz após a desativação do 4º/7º GAv, unidade que herdou os espólios do 1º GpAvEmb quando este, por sua vez, foi extinto em 1998.
As imagens foram feitas, ou, juntadas para ilustrar as atividades aéreas do 21 de julho de 1970, quando se estabeleceu um recorde, que eu desconheço se foi quebrado nos anos subsequentes, principalmente no início dos anos 1980, quando os P-16E alcançaram novos picos de operacionalidade, uma vez resolvidos os muitos problemas de disponibilidade que perseguiram aqueles aviões, nos anos que se seguiram à sua aquisição.
Seja como for, em JUL70 o Primeiro Grupo de Aviação Embarcada conseguiu computar 146 pousos enganchados num único dia! O fato ganha relevância em função dos problemas que perseguiam a unidade naquele período, que exigiam a "[...] imperiosa necessidade de reequipamento do 1º Grupo de Aviação Embarcada de forma a torná-lo apto a cumprir sua missão [...]" conforme aparece nas "Considerações preliminares que motivaram o Estudo de Estado Maior 01/71 do 1ºGpAvEmb", assinado pelo comandante do Grupo.
Aquele documento do comando do Grupo acusava que ele ressentia-se da perda de três aviões da compra inicial, o que aumentava o esforço dos remanescentes; de sérios problemas de corrosão, que afetariam a operacionalidade, uma vez que os aviões teriam que parar para longos reparos; obsolescência dos equipamentos eletrônicos, bem como dificuldades de aquisição de suprimento; e, acúmulo das funções operacionais e de treinamento, o que acentuavam o desgaste dos aviões.
Não é difícil ao leitor atento, considerar que diante de dificuldades materiais, sobe a escala dos sacrifícios do pessoal, principalmente da manutenção. Sem peças de reposição nas prateleiras do Suprimento, para manter-se os aviões voando apela-se para a canibalização, ou seja, dobra-se o número de homens/hora de trabalho da manutenção, retirando-se as peças dos aviões parados para instalação nos operacionais. Dobra-se o tempo de trabalho da Inspetoria, do Planejamento, na escrituração dos ítens controlados, etc, etc. Como se vê, "Records" em situações assim, são realmente motivos de comemoração; e vistos assim, à distância, no tempo, são verdadeiros troféus para os homens da Embarcada...
Comentários
Postar um comentário