Os primeiros aviões da embarcada: o North American B-25
...em abril de 1942, o então Coronel Doolittle, das Forças Aéreas do Exército dos Estados Unidos, levou a termo uma ideia maluquíssima, só pra mostrar pros japoneses, como dizia o Cabo Tostes, na Seção de Operações do Primeiro Grupo de Aviação Embarcada, que o "urubu não deve pensar que o boi, cochilando, esteja morto". Ao levar a cabo a sua ideia, ele criou um vínculo entre os elegantes B-25 com os porta-aviões (quem assistir ao esquisito "Pearl Harbor", com Bem Affleck verá alguma amostra do fato).
Firmemente amarrados ao convés de voo do USS Hornet, os B-25 do Exército são preparados para o mau tempo; que iria piorar. Os aviões foram postos a bordo por meio de guindastes. Foto da Internet. |
No Brasil, de maneira inusitada os veneráveis B-25 também acabariam, ainda que de maneira indireta, ligando-se a porta-aviões. E seria em função, evidentemente, não só da compra do casco do Ex HMS Vengeance, mas da criação, em resposta do Ministério da Aeronáutica, do Primeiro Grupo de Aviação Embarcada. Pois bem, terminada a Guerra, em 1945, a Aviação de Patrulha foi virtualmente desaparecendo, conforme descreveu o Coronel Carvalho, duas vezes comandante do 1º GpAvEmb: o “[...] fim da guerra marcou também o fim da
operacionalidade momentânea da
Aviação de Patrulha. Os aviões passaram a ser empregados basicamente, em
missões de transporte [...]” (Xerox sd: CARVALHO, José de. Os caminhos da Aviação de Patrulha. Ontem, hoje e
amanhã...? Revista Aeronáutica. Rio
de Janeiro. Grifo meu.).
De fato, no final de 1952, segundo o próprio Coronel Carvalho, numa palestra a que assisti nos encontros mensais do INCAER, a Base Aérea de Belém só contava com um Catalina voando, quando ele apresentou-se por lá. Já em Salvador, o 1º/7º Grupo de Aviação (GAv) não tinha mais aviões. A própria Base
havia revertido à condição de Destacamento, pois não havia aviões a apoiar.
Um
esforço de soerguimento da atividade aérea a partir de 1953, trouxe seis PV-1 e
dois PV-2 para a carga do 1º/7º GAv (Recorte BREVES, Everaldo. Reminiscências do 1º/7º GAv (1953-1958). Revista
Aeronáutica. Rio de Janeiro, 1994, pp. 35-36.) mas, a despeito disto, já no meio da década operavam apenas os cansados bombardeiros
B-25, sem nem mesmo um radar, capazes apenas de buscas visuais sobre o mar.
O 5072, já na carga do 1º GpAvEmb, na Base Aérea de Santa Cruz, sendo conduzido do Pátio Oeste para dentro do hangar, pela Porta Norte. |
Em FEV57, ao ser criado o 1º GpAvEmb, sem a definição de qual seria o seu material aéreo, mesmo os P-15 Neptune
que eventualmente viriam a ser adquiridos pelo Brasil ainda estavam servindo à Força Aérea Real, na
Inglaterra. Realmente, os primeiros P-15 chegaram ao 1°/7° Gav (subequipados para a ASW) quase dois anos depois da
criação do GAE, em dezembro de 1958. E foi precisamente naquele momento, que
aquela unidade repassou ao 1º GpAvEmb, seus três primeiros B-25 que restaram excedentes.
Estes foram os primeiros aviões a serem operados
pela Embarcada, e alguns permaneceram na unidade mesmo depois de chegados os
P-16. De fato, ainda em 1964 havia “[...] um
remanescente, e voei como RT (Rádio-telegrafista de Voo). Seu prefixo era 5052
[...]". Numa das missões voadas pelo então Sargento
Orlando nos B-25, “[...] fomos a São Luís do Maranhão em instrução para
pilotos, e aproveitamos para levar os espólios do 3S QRT-VO Diniz da minha
turma, falecido em um trágico acidente de carro na via Dutra." (Reminiscências do Capitão José Orlando Tavares de Souza, publicadas no grupo dos veteranos, no FB, em 15NOV14 e 29DEZ15)
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