Os jatos de combate do Minas Gerais, que nunca vieram...
...durante algum tempo, a Marinha dos Estados Unidos (USN) experimentou operar destacamentos de A-4 a bordo dos seus porta-aviões dedicados à Guerra Anti-Submarino (ASW), como era o Minas Gerais. A ideia era prover os navios com alguma capacidade de auto-defesa aérea.
Reparem na lateral do avião da foto, a bordo do USS Kearsarge, que o avião é da VA-22, 'Destacamento R' (Det- Detachment-R). |
Mas a coisa não durou muito lá nos EEUU. Aqui, a ideia de dotar o Minas Gerais com A-4, para autodefesa e ataque (dentro do conceito do "Navio de Controle de Área Marítima", além do conceito meramente ASW), aparece já antes do estendido Período Alterações e Modernização (PAM) a que o navio foi submetido nos anos 1970, conforme aparece no "Estudo de estado Maior 002/73, do Comando de Operações Navais. O problema arrastou-se sem provimento, contudo. Dez anos depois, em tempos de Guerra das Malvinas, em 1982, a Marinha do Brasil (MB) sondou até mesmo a fabricante Dassault, a respeito da compatibilidade do seu Super Etendard com o Minas Gerais, seguindo o exemplo do que fazia à época, a Armada Argentina, que operava os A-4 junto com os Super Etendard a bordo do seu 25 de Mayo.
Na Embarcada, alguns pilotos chegaram a ser cogitados para receber instrução nos Douglas A-4. Em meados de 1981 os tenentes Walkir, Barreto e Aquino foram realizar o curso de Oficial Sinalizador de Pouso (OSP) dos P-16, junto à USN: "Barreto, Aquino e eu fomos informados pelo Comandante, o querido e saudoso T.Cel. 'Chico Pinto' Pinto de Moura, que [...] ficaríamos [nos EUA] por 2 anos: no primeiro, faríamos o curso de Caça nos A-4; no segundo ano, iríamos pra bordo dos porta-aviões para treinar pousos a bordo e treinar nas funções de OSP. [...] Na época, houve uma 'caça aos caçadores' do 1º GAvC, pilotos de F-5, na tentativa de recrutá-los para o GAVEMB. Já relatei, aqui [...] quando o caçador, após um pouso complicado, com o Barreto e o Haiki pilotando noturno, sob um temporal dos bons, o caçador declarou: 'nunca mais voo nesta porra!' [...] ...KKK... Eu era o OSP. Outros caçadores (lembro-me do Rocha) aceitariam 'de boa' ir pra Embarcada. Logo, os A-4 seriam da gloriosa EMBARCADA e não da Caça."
Na Embarcada, alguns pilotos chegaram a ser cogitados para receber instrução nos Douglas A-4. Em meados de 1981 os tenentes Walkir, Barreto e Aquino foram realizar o curso de Oficial Sinalizador de Pouso (OSP) dos P-16, junto à USN: "Barreto, Aquino e eu fomos informados pelo Comandante, o querido e saudoso T.Cel. 'Chico Pinto' Pinto de Moura, que [...] ficaríamos [nos EUA] por 2 anos: no primeiro, faríamos o curso de Caça nos A-4; no segundo ano, iríamos pra bordo dos porta-aviões para treinar pousos a bordo e treinar nas funções de OSP. [...] Na época, houve uma 'caça aos caçadores' do 1º GAvC, pilotos de F-5, na tentativa de recrutá-los para o GAVEMB. Já relatei, aqui [...] quando o caçador, após um pouso complicado, com o Barreto e o Haiki pilotando noturno, sob um temporal dos bons, o caçador declarou: 'nunca mais voo nesta porra!' [...] ...KKK... Eu era o OSP. Outros caçadores (lembro-me do Rocha) aceitariam 'de boa' ir pra Embarcada. Logo, os A-4 seriam da gloriosa EMBARCADA e não da Caça."
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Eu preservo comigo um manual de voo do A-4, que andava desgarrado lá pela Seção de Inteligência do Primeiro Grupo de Aviação Embarcada, certamente, após ter sido utilizada pelo Coronel Walkir: "Confesso que iniciei a decorar a lista de
verificações. Contudo, lamentavelmente, 'deu água'... no 'chope'.
Seja como for, ainda quatro anos depois, em 15AGO86, através de um Aviso, o Ministro da Aeronáutica comunicava ao seu colega da MB que considerava "[...] pouco viável, na atual conjuntura econômico-financeira, a inclusão de qualquer novo projeto de tamanho vulto nas prioridades deste Ministério." Enfiava a faca, e girava a contundente: "Ainda assim, Senhor Ministro, quaisquer ações junto às autoridades financeiras que levassem ao equacionamento das pretensões da Marinha Brasileira deveriam ajustar-se também às prioridades da Força Aérea na obtenção dos seus adequados recursos [...]" Ou seja, não adiantaria a Marinha conseguir o dinheiro para os aviões, pois a FAB ainda tinha muito no que pensar, além de prover a infraestrutura, homens e manutenção para os aviões pretendidos pela Marinha para o grupo aéreo do Minas Gerais. Um parênteses, aqui: na verdade, este é o verdadeiro calcanhar-de-aquiles do arranjo dos Decretos de JAN41 e de JAN65, que impediam a Marinha de ter seus próprios aviões: para o cabal cumprimento de suas missões constitucionais, ela não dependia de si, se não daquilo que a Força Aérea pudesse, ou, quisesse atender, em relação às suas eventuais necessidades de meios aéreos...
De qualquer maneira, aviões Super Etendard, ou A-4, a bordo do Minas Gerais, só mesmo com um enganchamento acidental, ocorrido em DEZ94, e testes de convés, em 1995, respectivamente, com aviões da Armada Argentina. No caso do A-4, ele foi posto a bordo com o auxílio de um guindaste, enquanto o navio estava atracado.
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Por fim, em 1996 a MB, finalmente, pode adquirir aviões próprios, e foram os mesmos Douglas A-4, uma variação bem mais atualizada dos aviões pretendidos, pelo menos, desde 1973. Nos anos que se seguiram a Marinha pode aprontá-los, e ao pessoal necessário, para experiências a bordo do velho Mingão, entre 17 e 19JAN00, conforme aparece nas duas fotos acima. Infelizmente, quando o navio estava a um ano de ser desativado, o que aconteceu com a chegada do São Paulo, em FEV01.
Eu queria ser capaz de entender, por que, no rascunho, fonte e tamanho das letras estão padronizados e combinam, e na postagem final sai tudo desgrenhado. Não foi falta de empenho, revisões, correções. Não foi desatenção com o caro leitor, mas eu peço desculpas...
Eu queria ser capaz de entender, por que, no rascunho, fonte e tamanho das letras estão padronizados e combinam, e na postagem final sai tudo desgrenhado. Não foi falta de empenho, revisões, correções. Não foi desatenção com o caro leitor, mas eu peço desculpas...
Interessante mencionar que o Brigadeiro ASSIS, Cardeal 34, mencionou que os A-4 não vieram por vontade dos Americanos... Não queriam o GAE com aeronaves de ataque.
ResponderExcluir...há, sempre, o que se costuma chamar de "lendas urbanas". São os "ruídos" na fonia. Por isso que os documentos acabam sendo tão importantes, A bordo do Minas, tu encontravas caras da Marinha que juravam que o navio era um cargueiro convertido...
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