O 7037 foi para o Museu, mas não foi preservado.

Uma vida operacional cheia, sem dúvida; além das operações aéreas embarcadas, e de uma vida operacional ativa, o 7037 experimentou quebras de trem de pouso, saídas de pista, incidentes variados, destes que um avião militar, bem utilizado em condições difíceis, acabam enfrentando. Não sei de onde esta foto.


...em 30DEZ96, eu tive o privilégio (?) de compor a última tripulação, no último voo, do último P-16 operacional da Força Aérea Brasileira. Naquele dia, o 7037 saiu pela última vez do hangar que servia de abrigo ao Primeiro Grupo de Aviação Embarcada (nossos aviões não ficavam expostos aos elementos, sem os tratamentos necessários), em Santa Cruz, para o Museu Aeroespacial do Campo dos Afonsos, para o MUSAL.

O 7037 sai pela última vez do hangar dos gigantescos dirigíveis da extinta Deutsch Zeppelin-Reederei. Foto minha.

Da ESQ para a DIR: Capitão Adonil, Tenente Phelipe, Sgt Thiesen e Sgt Gelson, posam diante do 7037, já no pátio do Musal, em 30DEZ96. Foto minha.

Deixamos o 7037, emoldurado pelos arcos e azulejos do histórico Campo dos Afonsos. Uma despedida quase irreal. foto minha.

Isto foi há 23 anos, e o que era um avião operacional, em condições de voo, em função da alguma curiosa técnica de preservação do patrimônio aeronáutico brasileiro, chegou nas condições que se verificam nas próximas quatro fotos, feitas pelo Franklin, veterano do 1º GpAvEmb, na manhã de 23MAI19; na verdade, o Dia da Aviação de Patrulha havia sido comemorado na véspera, dia do primeiro ataque de um avião brasileiro a um submarino do eixo, em 1942. 







 Dentro dos hangares do Museu, o P-16A 7016 está um primor. Muito bem preservado, honrando a história e a memória dos homens e aviões da unidade, e à própria Força Aérea. Mas o assunto, aqui, é o 7037. O que explica este avião ficar ao relento por mais de 23 anos? Sem lavagem, sem pintura, sem uma lona, ao menos? Claro, como no caso da falta de médicos numa UPA (e como não referir à recente destruição do DC-3 da VARIG, ao pobre C-46 do Museu...), haverá toda sorte de explicações e desculpas disponíveis. Escolha a sua...

Comentários

  1. O fato de ser uma aeronave operacional ("chegou voando") pressupõe um cuidado maior para mantê-la em condições operacionais, ao menos para acionar os motores de vez em quando. E a conservação era um fator elementar. Acredito que poderiam achar um lugar abrigado para que ela não sofresse a ação das intempéries. Mas, pelas fotos publicadas em outros grupos, há outras aeronaves na mesma condição, inclusive helicópteros que também "chegaram voando". Triste ver a cultura aeronáutica ser desprezada, enquanto outros segmentos eram beneficiados por leis de incentivo.

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  2. Sendo o "Mingão" com toda sua imponência da MB se tornou Clip de papel, não era de pensar muita diferente da velha garça, que está ao relento jogado a própria sorte, somos um povo sem memoria, e muitas delas se tornam lendas , Museu da Língua Portuguesa, Museu Nacional da Quinta da Boa Vista "era uma casa muito engraçada, não tinha teto, não tinha nada..."

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