Se "tudo passa", o BuNo 152370 não haveria de contrariar a regra...

...cada avião comprado pela Marinha dos Estados Unidos (USN) tem uma identificação individual dada pelo Bureau of Aeronautics, o BuAer Number, ou, BuNo. Claro, a regra se aplicou no caso de cada um dos S-2 Tracker que a Grumman fabricou por lá, inclusive os S-2A (chamados de P-16 aqui) fabricados novos para o Brasil e entregues em 1961. Pois o governo brasileiro acabou comprando o S-2E (P-16E) BuNo 152370, depois de desativado pela USN, com a intenção de utilizá-lo como fonte de peças para os seus irmãos que equipavam o Primeiro Grupo de Aviação Embarcada.


De fato, ele e outros dois S-2E vieram em voo dos EEUU até o Brasil, em 1981, usando matrículas provisórias: FAB 7038, FAB 7039 e FAB 7040. O 152370 era o 7038. Pois bem, em 1988, o que sobrara do BuNo 152370 estava na Base Aérea de Santa Cruz, sendo preparado para virar um monumento na Base. Como o projeto não progrediu, ele acabou sendo levado para São José dos Campos, pintado como se fosse o 7031, aproveitando a matrícula do P-16E que a Embarcada perdeu num acidente a bordo do Minas Gerais, no início de1988. Lá no Vale do Paraíba, ele deveria servir como bancada de ensaios para o projeto de revitalização eletrônica dos P-16, cuja modernização estava em pleno desenvolvimento na virada da década de 1980 para a de 1990. Como este projeto, também, não evoluiu, a célula do 152370 sumiu-se nas brumas da terra dos aviões sem uso... a foto do 152370 ainda na ativa, vestindo a farda da US Navy, foi pescada na web, não sei onde; mostra o avião servindo na VS-32, a bordo do USS Wasp.


A foto dele se preparando para o voo de translado dos EEUU para o Brasil, a partir ds instalações da Grumman em St. Augustine, na Florida, em 1981, eu escaneei diretamente  de negativos que eu retirei dos escombros da unidade, depois da sua desativação. As fotos dele no grande hangar dos dirigíveis de Santa Cruz são minhas, tiradas em DEZ88, 5 meses depois que eu cheguei na Embarcada.


Nós, os "novinhos" da Azul 86, recém chegados, fomos encarregados do serviço "boca rica", de aliviar o peso da célula a ser posta no pedestal, estripando fiação e o que ainda permanecia instalado. Aparecem, apertados dentro da fuselagem, o Euler (o "antigão" da equipe, chegado um semestre antes de nós), o Rodrigues e o Kinach, meus irmãos queridos, de Esquadrilha, na Escola de Especialistas de Aeronáutica, e de Embarcada. Na última foto, "sô-lho mim", no dizer do filósofo do hangar, Carlos "Pé-de-Pato", quando queria, entre próclises e mesóclises, dizer coisas como "sou eu"...







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