Saída dos aviões para o Navio, e a Memória da Embarcada.
Linha de voo pronta, aviões escalados para o embarque pré-voados e abastecidos, aguardam o guarnecer. |
...em um artigo anterior, eu escrevi sobre uma saída para o Minas Gerais do ponto de vista do embarque de material e pessoal por terra, partindo de caminhões e ônibus, que iam de Santa Cruz, até o Minas Gerais, normalmente atracado na distante Ilha das Cobras, no Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro. Agora, exploro registros de um guarnecer na linha de voo do Primeiro Grupo de Aviação Embarcada, na Base Aérea de Santa Cruz, numa saída para o navio, por ar, em setembro de 1985. Parece óbvio, mas eu direi que "saída para o navio" significa que a fração dos aviões da unidade, destinada a atender uma operação específica do Minas Gerais, iniciava o deslocamento até o porta-aviões, a base primeira do 1º GpAvEmb, onde o Grupo, de fato, realizava a sua destinação, de acordo com o Decreto da sua criação, que lhe mandava "[...] guarnecer navios aeródromos da Marinha Brasileira."
O nosso ambiente, por definição, portanto, mesmo sendo homens da Força Aérea, ERA o navio. Mas não era fácil. E muita gente tinha dificuldades em se adaptar. Embarcar podia atritar os ânimos, a começar pelo afastamento familiar. E as rotinas a bordo eram duras, mesmo o simples "ir a bordo". Toda vez que embarcávamos, tínhamos que percorrer com nossas bagagens, em fila indiana, os longos corredores e escadas estreitíssimos, até a coberta que nos havia sido designada como alojamento. Um momento sempre muito pouco agradável e irritante. Mas eu ainda sinto vontade de rir, lembrando dos desaforos e xingamentos que eu ouvia, atrás e a minha frente, depois que eu suspirava alto, para provocar os meus colegas de unidade, enquanto caminhávamos com dificuldade: "...Ah! finalmente nós somos um grupo de aviação EMBARCADA!..."
Tenente Coronel Caminha, comandante da Embarcada, retribui a continência do Major Terroso, que acaba de lhe apresentar as tripulações escaladas para levarem os aviões até a bordo do Minas Gerais. |
O Major Terroso comanda o "fora de forma", depois de ouvidas as últimas recomendações do comandante do Grupo. A partir de agora, cada tripulação ocupará o avião que lhe está previamente destinado. |
De qualquer maneira, estas fotos foram escaneadas de negativos feitos pelo Sargento Cinello, fotógrafo do Grupo. Estes, como a enorme maioria das imagens que aparecem neste Blog, eu fui coletando aqui e ali, mas, principalmente quando, após a extinção do GAE, as "limpezas" passaram a fazer parte da estratégia dos comandos do 4º/7º GAv para vencer a evidente nostalgia, um banzo, uma tristeza, que afetava aquela unidade, que herdou pessoal, instalações, e os P-95A Banderulha, que o GAE operara nos seus últimos anos.
A História da Embarcada sofreu um baque terrível à época, sendo que muito material acabou alimentando usinas de reciclagem de papel, e os aterros, o "lixão" da BASC, nos alagados de maré, na costa da Restinga da Marambaia. Aliás, alguém sabe onde foram parar alguns itens oficialmente preservados, como o grande álbum fotográfico, talvez, o único remanescente, da unidade? E o grande livro de registros "Histórico da Embarcada"?
ESQ-DIR: um soldado desconhecido, os Sargentos Nestor, João Luiz e Everaldo (?). |
Será que foram postos à disposição daquela comissão que iria cuidar do espólio do 4º/7º GAv, quando por sua vez, esta unidade aérea acabou sendo extinta? Aliás, alguém tem notícias, ou, alguma ideia de como está o processo de assimilação do acervo da Embarcada, do qual o 4º/7ºGAv era o guardião, pelo MUSAL? será que os caras estão, de fato, incorporando o acervo, e tomando conta dele? Ou será que está tudo atirado? Está aí uma boa briga, acho que uma das últimas, deixadas aos Cardeais. Alguém vai encarar?
Comentários
Postar um comentário