Da importância de se preservar qualquer foto (avisem às futuras viúvas!).

...um registro curioso. Na verdade, extremamente inusitado, entre as rotinas do Primeiro Grupo de Aviação Embarcada, a bordo do Minas Gerais. Na reprodução do slide, avulso, que eu encontrei entre os escombros da Embarcada, e que encima este artigo, reparem na estrutura amarela, sobre rodas, na frente do 7017: é uma Unidade de Força Terrestre (UFT). Jamais havia, sequer, ouvido falar do emprego de uma UFT, ou, "a fonte", como as chamávamos corriqueiramente em Santa Cruz, no Minas Gerais. Muitas vezes chamávamos de APU (Auxiliary Power Unit) uma unidade deste tipo, uma MD-3, de origem norte-americana, que usávamos na BASC quando cheguei lá, em JUN88. Mas a abreviatura em inglês caiu em desuso, conforme unidades fabricadas no Brasil começaram a ser introduzidas.


Seja como for, em outra oportunidade, encontrei um negativo (vejam como as cores estão mais deterioradas em relação ao slide, acima), uma foto do Sargento Gustavo, dos tempos em que ele recebia instrução para tornar-se o brilhante caçador de submarinos que eventualmente se tornou. Nela, aparece entre a pá da hélice ESQ e da porta do trem de pouso do nariz do 7035, mais uma vez, uma UFT. Embora as diferenças que se notam nas condições de tempo e nas roupas, entre as duas imagens, não há como determinar se as duas imagens são da mesma data/missão; elas podem indicar que o emprego das UFTs pode ter se prolongado por algum tempo. Quem sabe, novas fotos, vindo de arquivos pessoais, possam ajudar a contar mais esta história da história da Embarcada.

Foto que eu tirei na manhã do dia 22MAR91, durante os testes de validação do P-16H 7036, para operações aéreas embarcadas. Reparem no cabo da fonte de 28VDC que vem, por debaixo do avião, e está conectada à sua tomada apropriada, localizada na lateral do avião. Um mecânico aguarda a ordem de desconectá-la, após o que, um marujo puxava o cabo de volta e o enrolava junto ao convés de voo. Os veteranos da Embarcada, ampliando a imagem, poderão me socorrer para identificar o Soldado Auxiliar de Pista, com o extintor. Na Plataforma do OSP, o Capitão Cavalcanti, e o Major Souza Lima, com o abrigo de frio. Atrás deles, parece ser o Tenente Sperry.


O que torna a presença das UFT a bordo do Minas Gerais, um evento tão inusitado, é o fato do Minas possuir estações, tomadas elétricas, sete, se não me engano, ao redor do convés de voo, com as cablagens apropriadas. Sempre fornecendo 28 Volts de Corrente Contínua (VDC), estas estações permitiam que a faina de acionamento dos sistemas de partida/ignição dos aviões e helicópteros, acontecesse com um mínimo de movimentação de material e pessoal; coisa sempre muito perigosa entre hélices em movimento... com vento sobre o convés... com o balanço do navio... e à noite. Desconheço as circunstâncias que determinaram o uso daquele equipamento....

Eu bati esta foto entre os dias 11 e 21OUT93. É o talabardão de bombordo, olhando-se para a popa (a ré) do navio. Aparece enrolado à ESQ, semioculto pelo isolante vermelho, o cabo de uma estação de 28VDC destinado a acionar os sistemas de partida dos aviões e helicópteros. Repare no P-16 girando a Curva Base, quase acima do navio-guarda; veja, também, as "Source Lights", amarelas, do sistema do espelho de pouso, que mal aparecem sob a extensão do convoo que alojava componentes da barreira de emergência. Aliás, neste exato momento, o piloto devia estar chamando o Oficial Sinalizador de Pouso (OSP) na fonia: " ...OSP é o 'Três Quatro', Bolinha (indicando que avistava, já, o reflexo das "Source Lights" no espelho), trem, passo e gancho..."




Comentários

  1. Será que não estava com problemas no sistema de energia? Abraços!

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    1. ...salve, Arthur, é algo que me passa pela cabeça, também; como uma mera experiência, prevendo uma situação de emergência, causada por danos em combate, da mesma maneira. Quem sabe...

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  2. Será que não estava com problemas no sistema de energia? Abraços!

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