Melhor ter, e não precisar... a boia "15", a boia de emergência.

Os homens da seção de Armamento carregando ou descarregando uma sono-boia de um P-16A. No caso, é uma antiga SSQ-23A, do tipo "ativa", ou seja, não só "escutava" (passiva), como era capaz de emitir um "ping", capaz de gerar ecos ao encontrar obstáculos, o que podia denunciar um submarino parado, em silêncio

...como em qualquer unidade aérea voltada ao combate anti-submarino, no Primeiro Grupo de Aviação Embarcada usávamos sono-boias para procurar, detectar e identificar submarinos; eram aparatos capazes de captar as ondas sonoras percorrendo o oceano, e de transmiti-las, via radiofrequência, para os P-16 que as lançavam. Estas transmissões eram processadas e interpretadas pelos Operadores Acústicos, das nossas Equipagens de Combate, e poderiam, eventualmente, revelar a presença de um submarino na área que estava sendo vasculhada. Todas as fotos são slides que eu encontrei aqui e acolá, dispersos, salvo a última, que eu escaneei de uma revista.

Registro das transmissões das sono-boias. Podia-se saber se a fonte do ruído era um navio de superfície ou submerso; quantos eixos, quantas pás nas hélices... ou, se era só um cardume de peixes, quando não lagostas em migração...

Pois bem, as boias eram nomeadas numericamente, de acordo com os canais de Frequência Modulada em que foram projetadas para operar, e iam de "1" a "32". As boias número "15", coincidentemente, correspondiam à frequência universal de busca e resgate. Por isso elas eram destinadas a serem disparadas em caso de uma emergência real com os nossos aviões, quando equivaleriam a um localizador de emergência caso o avião fosse forçado a pousar no mar. Ao carregá-las com este uso em mente, sempre as ajustávamos para o maior tempo possível de transmissão, oito horas. Funcionava como um "ELT", destes que existem hoje em quase todos os aviões. Um artifício disponível para "safar a onça" que, de fato, nunca precisou ser empregado de verdade.

As sono-boias disponíveis para o 1º GpAvEmb quando encerrou suas atividades. Da ESQ para a DIR, AN-SSQ-41B, passsiva; AN-SSQ-47B, ativa; AN-SSQ-36, batitermográfica, que funcionava como sonda, informando profundidade, salinidade, temperatura, e outros fatores importantes, quando se trabalha com as propriedades da propagação do som na água.

Embora seja uma boia 25, as boias 15 eram iguais a ela; o botão branco mais à ESQ era o ajuste do tempo de funcionamento, selecionável entra uma, três e oito horas

A ilustração é um artigo contemplando o uso das sono-boias, incluindo as "15", como recurso SAR. Na verdade, trata-se da seção "Notas do seu Médico de Esquadrão" da revista Approach, da Marinha dos Estados Unidos, edição de dezembro de 1966, quando eu já acumulava uns seis meses de vida





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