De sujeitos queridos e modernização de aviões.
...nós tínhamos um grande sujeito (dentre tantos) no Primeiro Grupo de Aviação Embarcada, já era Suboficial quando eu cheguei à unidade, o Suboficial Procópio. Embora intransigente com o serviço (Nas únicas vezes que eu me lembro de ver-lhe o rosto ruborizar e os olhos quase saltarem das órbitas, ele estava discutindo sobre questões técnicas; não admitia as coisas "de qualquer jeito", fosse das chefias, fosse dos colegas da Manutenção), era um doce de pessoa. Era morador de Santa Cruz, também, e quando te encontrava na rua, ou no supermercado, te tratava por "meu filho".
Pois bem, um avião que seja empregado como base de testes ("cobaia", vá) para uma modificação das suas configurações originais, com os quais saiu da fábrica, é chamado de "protótipo". Na Embarcada, entre 1989 e 1993, pelo menos, um dos nossos aviões, o 7036, foi utilizado como protótipo para as experiências de um fracassado (e caro) esforço de modernização da frota de P-16 do Grupo.
Seja como for, como o atento leitor já notou, os dois assuntos dos quais tratei até agora, não guardam a menor relação entre si, por si sós. Contudo, quando tu tens um "protótipo", num grupo de pessoas tão entrosado, tão intimamente ligado entre si, como era o nosso, e tu tens um colega chamado "Procópio", imagina quantos quinze minutos foram necessários para que algum gaiato inventasse de substituir "protótipo" por "Procópio"? Pronto! Estava feito! O 7036 virou o 'procópio' do P-16H, o P-16 'turbo'... E o Sub Procópio, a respeito da brincadeira? Bem, o Sub Procópio ria aquele sorriso de pai; de pai conformado, como quem está disposto a se divertir com qualquer coisa, inclusive com as traquinagens do piazedo infame.
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