Sobre o 7021, configurações e designativos do primeiro P-16 a pousar no Minas Gerais.

O 7021 liderando um elemento, taxia em Santa Cruz. Reparem na configuração original do avião: a grande cúpula das antenas de Contra Medidas Eletrônicas sobre a cabine dos pilotos, as naceles do motores terminando numa espécie de "bico de falcão", o radome do radar na barriga (recolhido), ponta do DAM sob o leme de direção e a designação "P-16" pintada na deriva, logo abaixo do lindo escudo da unidade. A imagem é um recorte no escaneamento de um diapositivo avulso, sem data nem autor.

...as imagens das operações embarcadas que aparecem aqui foram escaneadas diretamente dos negativos remanescente, que eu encontrei num envelope marcado como sendo de uma demonstração para o Vice-Presidente da República, em JUN82. A cobertura fotográfica foi feita pelo Sargento Cinello, então, o fotógrafo do Primeiro Grupo de Aviação Embarcada.


No embarque de JUN82, o 7021 executa um toque-e-arremetida (vejam que o gancho de pouso está recolhido). Reparem que o avião toca bem fora da área dos cabos. SE fosse um pouso enganchado, possivelmente teria capturado o cabo nº seis (o último), ou, estaria às voltas com um "Bolter", que é a situação, sempre crítica, na qual o avião, não tendo enganchado, precisa recuperar velocidade de voo, do contrário, perde-se o avião, pelo menos...

O 7021 sendo orientado para a estação de abastecimento bem à vante, à boreste. os aviões eram sempre abastecidos antes de serem baixados ao hangar. Correm atrás dele os marujos com os calços, primeira medida de segurança a ser aplicada, toda a vez que o avião parar. O designativo incorreto na deriva, com o sufixo "A". Ele foi acrescentado para diferenciá-los, depois da chegada dos P-16"E", os "Eco" (ECHO) como os chamávamos,


Nestas fotos do embarque, reparem que o 7021 já havia sido reconfigurado como um avião utilitário, ou seja, teve removidos os seus equipamentos e sistemas de busca, detecção e identificação ligados à Guerra Anti-submarino (ASW). de acordo com o impressionante livro dos Leandro Casella e Rudnei dias da Cunha, "Grumman S-2 no Brasil", a conversão aconteceu no ano anterior, 1981. Estes aviões assim convertidos ficaram com a função de treinamento dos pilotos, inclusive o emprego de bombas e foguetes (diferentemente do utilitários US-2 da Marinha dos Estados Unidos), poupando os P-16E, recebidos a partir de DEZ75. As modificações são reveladas pela pequena janela na lateral da fuselagem, onde foram colocadas cadeiras de passageiros no antigo compartimento do radar
. Também os lançadores de sonobóias à ré das nacelles dos motores estão carenadas, e o avião já não carrega a grande antena de contramedidas eletrônicas sobre a cabine dos pilotos. Contudo, evidentemente ninguém pensou em substituir, também, a designação operacional pintada na deriva, ou seja, ao invés de "UP-16", mantiveram o "P-16A" original.

O convés de voo na sua rotina normal de recolhimento do "Pedro" (nas operações noturnas eram chamados "Paulo"), sem desconfiar do acionamento do exercício de "Crash no Convoo". 

"Minas Gerais! Isto é um exercício, crash no convoo, guarnecer postos de combate!!"

Seja como for, depois de tanto o 7016 quanto o "Dois-Uno" terem sido recolhidos e espotados, bem à vante do convés de voo, o "Pedro" (helicóptero guarda) foi recuperado, e iniciou-se um exercício de "Crash no Convoo" (Convés de Voo). Reparem na equipe de resgate, vestindo as roupas de amianto, carregando o tripulante do helicóptero para a plataforma de resgate. Aquela empilhadeira pintada de vermelho vinha muito a calhar para os P-16, cujas saídas de emergência ficavam bem altas em relação ao convoo. Também se veem as linhas (mangueiras) de água e espuma guarnecidas, para o combate ao 'fogo' e as equipes de resfriamento, aspergindo água com os longos difusores sobre os socorristas e as equipes contra-incêndio...

O último, e combativo, comandante a levar a Embarcada para o mar, Cel (RR). Souza Lima, diante do 7021, preservado no PAMA-SP, em foto do seu arquivo pessoal, de OUT15, publicada no FB. Nela aparece, na deriva, o designativo correto dos aviões convertidos em utilitários (embora a pintura do avião esteja completamente equivocada), "UP-16".  

O 7021 aparece no interior do hangar dos Zeppelins, com uma bomba de 250 lbs sob a abertura do Torpedo Bay. Este não era um equipamento usual dos P-16, e a foto pode estar relacionada a experiências com lotes vencidos destes armamentos, lá por 1977. Aspectos da pintura original podem ser comparados com a "salada" da foto acima. Escaneamento de um diapositivo isolado, sem data.

Ponto mais relevante, o último padrão de pintura dos P-16, eliminou a cauda verde e amarela, acrescentando o cocar e dístico na fuselagem. Reparem na pequena janela da "cozinha", onde iam os assentos extras, que ocuparam o compartimento do radar, com a conversão para utilitários (na foto acima aparece o radome, sob a barriga do "21". A linda foto é obra do senhor Emerson Miura, que eu pesquei do FB, em 20OUT18.

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