Aniversário do batimento da quilha do Minas Gerais.

O HMS (His Majesty´s Ship) Vengeance, na sua configuração original, com convés reto.

 ...Abelardo Jurema, no livro "Sexta-feira, treze" transcreve uma confidência do presidente Juscelino: "Com [a compra do] o porta-aviões deixarei de ser inimigo da Marinha e, ao mesmo tempo, serei esquecido pelos partidários do Brigadeiro (Eduardo Gomes) que, de outra maneira, não me deixarão governar." De fato, as aspirações navais, pelos meios mais tortos, mas típicos das fragilidades históricas da sociedade brasileira (não foi pra descrever estas instabilidades que os americanos forjaram o termo "repúblicas das bananas"?) foram satisfeitas, e o Brasil adquiriu seu primeiro porta-aviões (DEZ56).

Um close da ilha original do navio, que foi removida durante a reconstrução. O Firefly em primeiro plano não pertence ao seu grupo aéreo, contudo.

A elegante estrutura que substituiu a original em foto do CMG Décio Simch de Campos, via Marco Antônio de Campos. No limite DIR, a tenda que protegia o trilho da catapulta do calor do Sol, que criava problemas para o alinhamento do equipamento.

No dique seco, na Holanda. Aparece a tenda sobre o trilho da catapulta, com as extensões do convés de voo a vante; veja-se também a "asa" formada pela projeção do convés em ângulo sobre o costado de bombordo. A estrutura ainda mais projetada é a plataforma do espelho de pouso.

Por sua vez, diante do risco de ver-se privado de parcelas importantes de orçamento destinado à aquisição de material, desviados para a Marinha, fez com que as chefias do Ministério da Aeronáutica, de sopetão, sem muita ideia do que significava aquilo tudo, criassem o Primeiro Grupo de Aviação Embarcada, "[...] para guarnecer navios aeródromos (ênfase minha) da Marinha Brasileira [...]", conforme se lê no decreto de criação do Grupo, de FEV57. E assim a FAB, como uma cunha na porta das pretensões navais, ligou a Embarcada como a conhecemos, ao Minas Gerais.

As linhas pós reconstrução. Depois do grande período de modernização e manutenção da segunda metade da década de 1970, apareceriam as abas na parte mais "acinturada" do convoo, destinadas às estruturas que sustentavam a barricada. Até então, desde a reconstrução, a barricada não oferecia segurança aos P-16, por muito estreito o espaço entre aquelas estruturas.

As linhas elegantes do Minas Gerais, e sua faixa de pouso deslocada 8,5° do eixo longitudinal do navio. A foto deve ser de 1964, com dois T-28 da Aviação Naval posicionados a vante. Em 1965 o 1º GpAvEmb perdeu seus helicópteros para a Marinha, e aqueles aviões navais passaram para a 2ª ELO.

E assim o Minas Gerais virou o lar primário do 1º GpAvEmb, virou o "nosso" navio, tão querido quanto odiado, mas sempre o catalizador do amálgama da unidade, do "Band of Brothers" do qual tanto os veteranos se orgulham hoje. Por isso, já que estamos em novembro, é bom lembrar que no dia 16 deste mês, lá em 1942, quando parecia que nada poderia impedir que os nazistas dominassem o mundo, a Inglaterra estava batendo a quilha do HMS Vengeance, um dos seus Light Fleet Carriers, que (esperava-se) deveriam ser construídos rapidamente para repor as perdas, e em quantidade (nisto eles foram felizes), para aumentar os meios de contenção contra a agressividade do "Cabo da Boêmia".

Demonstração do Harrier a bordo. A FAB jamais permitiu que se operassem jatos a aviões de alarme aéreo antecipado a bordo, o que ampliaria enormemente o leque das capacidades operacionais do navio. Só depois de 1996 a Marinha adquiriu seus A-4, que experimentaram o convés do Minas Gerais entre 17/19JAN2001.

Se não me falha a memória, esta foto foi feita por um fotógrafo da revista Manchete, durante a ARAEX 95.

Depois de servir à Marinha Real inglesa, e à Australiana, pra a qual foi emprestado no início da década de 1950, este navio serviu à Marinha brasileira por mais de quarenta e quatro anos. Uma plataforma na qual gerações de marinheiros desenvolvessem as técnicas de defesa dos interesses do país, no mar, usando meios aéreos embarcados. Não é culpa dele se durante todo o tempo em que ele manteve a linha, não se tenham desenvolvido estratégias eficazes, quer por parte da FAB, quer por parte da Marinha, que permitissem a manutenção pelo tempo afora, de todo o complexo Know-How angariado com tanto esforço por parte das suas tripulações, e sacrifícios ao Tesoura Nacional. Como é que os americanos dizem mesmo?...

Inapelavelmente encalhado em ALANG, no início do processo de desmonte.



Alguns resquícios do Minas Gerais podem ser encontrados em leilões pela internet.

O timão preservado no Museu Naval, no Rio de Janeiro.

Viva o Minas Gerais!

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