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Detalhes do nariz: pode-se ver o rústico sistema de mira, o escantilhão pintado no para-brisas do piloto, e a pequena vareta vertical, a DIR da foto, que permitia ao piloto alinhar o avião com o alvo, para o disparo de foguetes. Reparem, entre os dois tubos de Pitot, um gancho de segurança, que deveria, literalmente, proteger o pescoço dos pilotos, no caso de algum acidente a bordo, evitando que um cabo das primitivas barreiras de emergência avançasse sobre o cockpit. Os complexos limpadores eram movidos a pressão hidráulica, nos P-16A. Há, ainda, finas canaletas para aspergir líquidos sobre os para-brisas, que eram aquecidos, para evitar congelamento e embaçamentos. |
...o Primeiro Grupo de Aviação Embarcada, conforme recebia pessoal novo, vindo para preencher os claros criados tanto pelas transferências quanto de gente que passava para a reserva, além de alguma eventual modificação na Tabela de Dotação de Pessoal (TDP), precisava desincumbir-se da formação técnica dos recém chegados. Para este efeito eram ministrados cursos tanto para as tripulações de voo quanto para os especialistas nos diferentes sistemas do avião, habilitando-os a trabalharem nos complexos, e crescentemente desgastados P-16.
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Bem no canto ESQ inferior, as portinholas dos marcadores marítimos MK-6, exclusividade dos P-16A. No quadrante superior ESQ dos painéis de acesso ao motor e à seção de acessórios, ficava a bateria destes aviões. Os P-16E não tinham baterias, e dependiam, sempre, de fontes de força externas, para a partida. Bem na ponta do nariz, o pontinho preto, o tubo de exaustão do sistema de aquecimento, que acabou sendo removido. |
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As quatro grandes carenagens de acesso aos motores e suas seções de acessórios. Nota-se o "cowl flap", uma janela de refrigeração, que ajudava a controlar a temperatura dos motores. Assinalado, a alça de apoio, destinada aos homens que acompanhavam os aviões a bordo, carregando os calços para as rodas. |
A instrução terrestre e aérea eram apoiadas por um vasto e muito bem montado sistema de auxílio à instrução com cursos específicos do avião, montados por especialistas em cada uma das diferentes especialidades: sistemas hidráulico, elétrico, comandos de voo, combustível, etc. Além do emprego dos manuais técnicos publicados pela Marinha dos Estados Unidos (NAVAIR, NAWEPS, NATOPS, etc), as indefectíveis "Technical Orders" (as "TO"s - pronunciávamos "Tê Ós"), as aulas, em grande medida, utilizavam material produzido pelo próprio GAE, como conjuntos de slides que, minuciosamente, apresentavam os objetos das matérias.
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O painel do Operador 2 (OE2), com o proeminente "Ecrã" do radar. |
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O painel do OE1, com o mostrador redondo do das Contra Medidas Eletrônicas, o registrador quadrado do Detector de Anomalias Magnéticas, e os equipamentos acústicos dispostos no painel horizontal. Reparem na ESQ, em cima, a empunhadura da ejeção em emergência, da escotilha superior, por onde aquele tripulante deveria deixar o avião, em caso de pouso no mar. |
Pois são justamente alguns destes slides, uma parte deles, que eu pude resgatar e manter comigo, durante as grandes "limpezas" que se seguiram à desativação da Unidade, e do 4º/7º GAv, que ilustram este artigo. É verdade que eu estou aplicando uma visão de plastimodelista ao selecioná-los, privilegiando imagens dos aviões, em detrimento dos diagramas dos sistemas, lista de componentes, de parâmetros operacionais, etc. Todas as imagens referem-se aos P-16A, os modelos originais, adquiridos novos, em 1961. Eu não disponho de material semelhante, relativo aos P-16E, o modelo definitivo do 1º GpAvEmb, adquiridos usados em 1975, e que sustentaram a linha até sua desativação, em 30DEZ96...
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O poderoso e confiável coração dos P-16A e P-16E, o R-1820-82A/C. Este motor, desde a década de 1930, venceu recordes, e alemães e japoneses, equipando aviões como os B-17 e os Dauntless, só pra citar os mais famosos. |
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A grande cobertura da antena de CME dos P-16A, convenientemente pintadas de vermelho, para identificar os "Cardeais". |
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Os "chutes" das sonobóias, oito de cada lado nos P-16A, atrás das nacelles dos motores. Reparem que o Torpedo Bay está aberto, o radome está semi abaixado, e no MAD Boom, semi-projetado para fora, também. A abertura que se vê sob o profundor é o alojamento do atuador do Rudder Trim Tab, o gigantesco sistema de compensação, para caso de voos monomotores. |
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Painel do 1P. |
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Painel central, com o repetidor do radar, e o painel do 2P. |
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Spinner, e cubo da hélice Hamilton Standart. |
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O desenho típico do "Hawk bill" da nacelle dos motores, e na ponta da empenagem horizontal (com um diedro super pronunciado), o dispositivo "Anti Flutter", destinado a neutralizar vibrações na estrutura, que poderiam, por fadiga, comprometer a integridade da célula. Quem já reparou nos trilhos dos mísseis, nas pontas das asas dos F-5, enquanto eles taxiam, pode fazer bem ideia de como estes dispositivos funcionam, pois que tem a mesma finalidade. |
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Excelente texto
ResponderExcluir...muito obrigado, mais uma vez, professor Breternitz...
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