Operações aéreas embarcadas noturnas e eficiência em combate (se não se é eficiente no uso da arma, pra que ter arma?)

...Durante a UNITAS IX, realizada entre JUN/SET68, o então comandante do Primeiro Grupo de Aviação Embarcada, Ten. Cel. Cruz, voou em pelo menos uma missão noturna  num avião da VS-24, a bordo do USS Randolph. Devido, ou não, a isso, em AGO68, o 1º GpAvEmb realizou os primeiros experimentos com operações aéreas noturnas, aparentemente, por iniciativa própria, sem determinações dos órgãos a que estava subordinado. Ora, conforme lembrou o Brigadeiro Assis, o segundo Oficial Sinalizador de Pouso (OSP) dos Cardeais, as conturbações políticas do Brasil (as de meados de 1961) haviam feito com que a formação do Grupo nos Estados Unidos fosse encurtada. Em função disto os Cardeais (voando aviões P-16) e Anujás (voando helicópteros H-34) que compunham o Grupo, voltaram para o Brasil, em JUN61, sem as qualificações para as operações aéreas embarcadas noturnas. É por isso que as experiências de AGO68 ganham significado especial. Elas não indicam um capricho aventuroso; eram uma imposição profissional. O Minas Gerais, a rigor, desde que os Cardeais começaram a embarcar, em JUN65 (já sem a companhia dos Anujás e seus helicópteros), não estava qualificado para operações noturnas no que tange ao emprego dos seus aviões. Considerando os custos de uma máquina de guerra tão cara como um porta-aviões, isto é grave. É como ir a uma loja e comprar uma calça com apenas a perna direita (ou, esquerda, pra não me acusarem de "fascista"). Se pensarmos em termos de combate, propriamente, é uma calça sem uma perna, e sem a cobertura para os fundilhos...


Seja como for, ou, tenha sido, "trinta e cinco séculos depois" eu encontrei estes diapositivos, enquanto remexia as ruínas do já extinto Primeiro Grupo de Aviação Embarcada. Bem que poderiam ser um registro daquele período de primeiras experiências; mas, é só um desejo. Não há registro de data, autoria ou, circunstâncias. Há um dobramento de asas, denunciado pelos arcos, coloridos pelas luzes de navegação, localizadas nos seus extremos. A forte luz sob a junção da asa DIR, é fruto da lanterna do membro da equipe de serviço no convés de voo (convoo), encarregado do "check" visual do sistema de travamento da asa, quando na posição de voo. Há o tom vermelho, exagerado, na outra foto, função do sistema de iluminação noturna do convés de voo convoo. Eram as "Flood Lights", que orlavam a ilha do navio, com lâmpadas vermelhas/âmbares, cuja intensidade podia ser controlada. Esta foto, com toda a certeza não é das primeiras experiências, de 1968. Notem que o 7025 já aparece convertido para as funções utilitárias (já não executava missões de combate anti-submarino), o que aconteceu em FEV70. De resto, quando um avião se aproximava para um pouso, à noite, o importante era não ofuscar a tripulação. Aí, as coisas ficavam muito parecidas com a ilustração final...


Vale notar que a UNITAS na qual o TCel. Cruz teve sua experiência noturna a bordo do Randolph, foi o último embarque do Brigadeiro Assis, hoje o decano dos Cardeais. Escreveu ele: "...esta foi minha última missão no GAE. "Aposentei-me" como OSP e segui em frente [na carreira]. Quem sinalizou para o pouso noturno foi o Pedrosa..."...



Comentários

  1. Um dos motivos pelo qual eu digo que a aviação embarcada era a Elite da aviação.

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